Mas sinto algo que nunca senti, algo que me dá uma dor profunda, mas mesmo assim, sou obrigado a aguentar, para não oferecer uma dor maior para quem eu amo. Sinto, e sinto ao extremo, um nunca se aproximando, a palavra mais detestável, mais digna de asco que meus ouvidos já tiveram o desprazer de escutar. Digno... então dignidade é relativa. Pois não me orgulho nem um pouco em ter ouvido esta palavra uma vez na vida, ainda mais perceber sua chegada. Já senti o nunca, mas não tão profundamente. Sinto seu cheiro. E, pelo incrível que pareça, ele tem o perfume da criatura que me faz feliz. Mas é um perfume angustiante, porque não posso ter o amor comigo. Está tão perto, porque não posso tocá-lo? E um amor assim é o impossível, o que se pode sentir, mas não se pode tocar. E este amor é verdadeiro quando esta dor tão profunda encrava no teu peito e não sai mais. Isso é digno. Mas não posso reclamar. Tenho-a, embora não como meu coração exige. E é esse nunca que é o pior. O nunca parcial, pois o perto torna-se longe.
O amor não torna os seres humanos idiotas nem infelizes. Ora, o amor é considerado o sentimento mais nobre que um coração pode sentir! Deveria deixá-los felizes! Mas não. Muitos ainda temem amar. Pensam que amar irá estragar tudo o que há relacionando os dois seres. Amizade e amor. Dois sentimentos que se completam, não é? Um não vive sem o outro. Porque muitos ainda teimam em querer confundir amor e amizade, se ambos mixam-se tão bem?
Tenho uma teoria sobre o amor. Pessoas têm medo dele pelo que ouvem, não pelo que experimentam. As experiências amorosas nunca podem ser ruins, se forem, não são amorosas. A amizade é amor também, um amor compartilhado, confiança mútua, mas sem a intensidade do sentimento verdadeiro. O amor é a única coisa que pode fazer com que sentimentos se transformem.
Afinal, não existe melhor tipo de ser humano do que aquele que está apaixonado.
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